O Homem Fal(H)o – O TeE conferiu

Nós conferimos “O Homem Fal(h)o”, e na nossa opinião é sim uma obra que TODAS as pessoas devem assistir, simplesmente por vivermos em uma sociedade com alguns padrão que não são legais, mas que aprendemos a aceitar “desde o berço”.
Eu Gabi, como mulher assistindo ao monólogo senti uma ponta de esperança em perceber que existe ao menos uma pessoa que fale de nós e dos direitos de gênero sem estar “sofrendo” com isso. Coloco o sofrendo entre “” porque acho que pensarmos como fomos ensinados, no mundo que vivemos, é um tipo de sofrimento sim.

A desconstrução dos padrões machistas impostos para os homens é pauta do solo Homem Fal(H)o, escrito e interpretado por Gabriel Pernambuco, que está em cartaz no espaço parlapatões até 11 de dezembro. A peça tem direção de Marcio Macena e é inspirada em uma experiência pessoal do próprio autor, que precisou viajar à trabalho para uma das maiores zonas de prostituição da Ásia.

Fica aqui os meu parabéns e muito obrigado ao Gabriel Pernambuco,  que olhou além do tradicional e agora passa sua mensagem, ou melhor, nossa mensagem, para quem precisa abrir os olhos pra nossa realidade. Sinto orgulho, agora falando como atriz, em ter alguém como ele fazendo parte dessa classe, que tem sim como objetivo e talvez até obrigação de fazer os espectadores pensarem sobre o mundo que estamos vivendo e criando.
Não sou mãe, e nem casada, mais sai pensando em qual mundo e quais valores eu quero mostrar para o meu futuro filho, ou apenas pra gerações que virão da minha família.

Sinopse:
A trama retrata o universo desse lugar na Índia, a partir das crises psicológicas de um documentarista ocidental, cuja função é relatar a violência que cerca de 40 mil mulheres sofrem diariamente nas mãos dos homens. Esse prostíbulo a céu aberto fica em Calcutá, à beira do braço mais perigoso do rio Ganges, que inunda os quartos onde acontecem os atendimentos e traz lixo, fezes de animais e doenças para a população dali, formada exclusivamente por mulheres e crianças. 
Diante desse cenário assustador, esse homem responsável por documentar a violência do local, passa a questionar a própria violência e tentar encontrar uma solução para suas fobias e relações pessoais traumáticas do passado. O texto trata da aceitação do lado feminino do homem na desconstrução do modelo de macho tradicional.

A montagem foi pensada para dialogar com a estrutura física do Espaço Parlapatões. Como a história se passa nas vielas de um prostíbulo todo em tons de vermelho e laranja que é inundado pelo rio Ganges, a escolha por transportar o espetáculo para a plateia e acomodar o público no palco se tornou quase obrigatória, já que as poltronas da sala possuem este tons indianos e a verticalidade desse espaço ajuda na compreensão do cenário verticalmente.
O ator se apropriará dessas “vielas” formadas pelas fileiras de cadeiras como se estivesse realmente nos becos estreitos do lugar. Uma plataforma horizontal será montada por ele durante a peça, uma referência à sua busca por equilíbrio nesse estágio de quase pânico.

Esse lixo estará contido em todo o cenário que há na plateia, invadindo o palco, trazendo as margens do rio e seus entulhos até os pés dos espectadores. A trilha sonora, que virá de seus fones de ouvido, aparecerá nos momentos de reflexão do personagem, brindando o público com uma mistura inusitada das músicas que marcaram a vida deste personagem. Nas mãos de Gabriel, o celular aparecerá como elemento de cena e também como uma ferramenta de transmissão ao vivo que vai somar ao público do Parlapatões os seguidores de Instagram da peça – @ohomemfalho. 

A ideia não é recriar por este canal uma experiência de se estar na plateia, mas sim oferecer uma forma diferente de assistir ao espetáculo. A luz na maior parte feita por gambiarras trará o clima essencial para contar esta estória.

SERVIÇO
Espaço Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158
Temporada: Até 11 de dezembro
Às quartas-feiras, às 21h
Ingressos: www.sympla.com.br 
Duração: 60 minutos 
Classificação: 16 anos 

Texto por: Gabrielle Risso

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