O Teatro na Igreja

O que veio a ser o embrião do teatro na igreja, A Celebração da Páscoa, em Bizâncio era um momento solene que as pessoas seguiam entoando canticos nas ruas da cidade de uma igreja a outra. Os hinos pascais cantados na Hagia Sophia era repetido nas outras igrejas. Nas ruas, o mestre imperial de cerimônias, que servia também como entoador, era quem encabeçava a multidão

Podemos notar na liturgia da Igreja Oriental um caráter dramático: hinos cantados, recitações, sermões aos dias festivos e diálogos intercalados.
No século IV, grandes oradores usavam também das regras dos dramaturgos gregos para desenvolver sua explicação da Bíblia com uso de diálogo em suas interpretações.

Muitos texto dialogados das homilias (sermões) foram preservados em manuscritos. Reunidos os fragmentos de um desses manuscritos: uma “Glorificação da Virgem Maria”, temos o esquema de uma peça completa. Escrito pelo bispo Proclo (um dos últimos neoplatônicos significativos, nascido em Constantinopla e educado em Antenas) o texto possui um hino glorificando a virgindade de Maria, a Mãe do filho de Deus, logo após, uma conversa entre Maria e o anjo Gabriel, que é interrompida por um monológo de Maria expondo suas duvidas sobre a situação apresentada, que é encerrado com a voz de Deus proclamando o mistério da Encarnação. O que pode haver de mais teatral que esse diálogo cheio de contrastes entre o terreno e o divino?

Esse tema aparece mais vezes na história: num fragmento de diálogo atribuído a Germano de Constantinopla, e novamente em uma coleção de homilias de Tiago de Kokkinobaphos (primeira metade do século XII).
As provas aceitas para comprovar o teatro religioso em Bizâncio, foram as imagens dessa coleção.
A falta de evidências visuais, pictóricas do teatro desse período primitivo, existe por culpa dos iconoclastas que destruíram muitas imagens na época do imperador Leão III, simpatizante do Islã e da civilização árabe. Não sabemos o quanto os iconoclastas afetaram a dramatização do Evangelho na Igreja.

São Teodoro, o Erudito disse que “se o sobrenatural não pode também se tornar visível ao olho dos sentidos, pela representação pictórica, então ele permanece escondido para o olho do espírito”. Essa declaração ao lado da imagem pintada, justifica a imagem viva, o teatro, a representação das histórias sagradas, o que a igreja de Bizâncio já dizia ser tarefa do teatro cristão: ser a Biblia dos Pobres. Ensinar o evangelho para a população.

Bibliografia
Margot Berthold – História do teatro Mundial

Texto por: Grabrielle Risso

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