Você provavelmente já se questionou: Por que é eu me sinto assim? Por que é que eu tenho estes tipos de ação? Por que isso me dói? Por que eu não aceito este tipo de comportamento?
Todos nós somos um acúmulo de experiências vividas, sejam elas positivas ou negativas, que transformam o nosso interior. Esta transformação se dá por questão de sobrevivência e bem-estar, fazendo assim nascerem características marcantes que diferem um ser do outro.
E por que este acúmulo de experiências vividas se transforma em características marcantes que nos diferem um dos outros? Porque ele se transforma em fraturas emocionais que
constantemente precisamos amenizá-las para um viver produtivo e saudável.
Você é o que você ouviu, o que você aprendeu, e o que você viveu até agora.
O desenvolvimento da vida acontece por todos estes canais de comunicação de experiências. Se você, por algum motivo paralisa este desenvolvimento, chances são que as suas fraturas
emocionais estão em evidências doloridas em você.
E por que há necessidade de amenizarmos as dores destas fraturas? Porque só assim você desenvolve caminhos funcionais e claros para o seu futuro ideal.
Para evidenciar estas fraturas em você, responda para você mesmo as perguntas abaixo:
Você se importa com o que as pessoas pensam e dizem sobre você?
Você busca realizações constantes, está sempre em ação?
Você busca a segurança do planejar toda e qualquer ação que você tem em vida?
Você precisa de tempo para tomar decisões e avaliar os melhores caminhos para suas ações?
Estas são quatro simples perguntas que provavelmente você se viu mais em uma do que em outra. O que te faz se identificar mais ou menos com cada uma delas são as suas experiências
passadas que geraram fraturas emocionais em você e pela sua necessidade de superação, você desenvolveu um perfil talvez mais ativo, ou mais calmo, talvez você seja um perfil mais cauteloso, ou você se vê mais como indeciso.
Assim como você, ator, seus personagens também são lesionados com fraturas emocionais a todo o momento, algumas delas não aparecerão no palco, porque aconteceram logo cedo na infância deste personagem, outras na adolescência, e tem aquelas fraturas bem recentes que acabaram de acontecer, pouco antes da fala e vida que você dará a cada um deles.
Um ator precisa comunicar as fraturas emocionais de seus personagens no palco. Sim, criar as fraturas emocionais de um personagem é comunicar ao público o que está além das falas e
ações no palco. É entender o que um personagem não diz, mas sente. É justificar o jeito de ser e de se comportar, os seus conflitos, medos e anseios. Enfim, é humanizar ao máximo este personagem criando um vinculo afetivo e aproximar ao máximo o personagem do público.
Personagens contracenam suas fraturas emocionais uns com os outros. É este atuar que traz veracidade ao máximo nas relações em palco, levando quem assiste para um outro mundo,
não um mundo de fantasias, mas um mundo de sentimentos da vida real.
Na criação do seu próximo personagem, identifique algumas das suas fraturas emocionais adquiridas. Não é algo difícil de identificação. Talvez você não consiga saber os causadores de
tais fraturas, mas consegue definir como inseguro, ou como ciumento, ou como impaciente, quem sabe ansioso, ou medroso.
Todos sentimentos causados pelas fraturas emocionais que o seu personagem desenvolve como proteção. Assim, você levará a sua atuação para um outro nível, e criará personagens inesquecíveis na memória do público.