O quanto a nossa vida é levada de uma forma rotineira a ponto que, todos os dias vivemos os mesmos momentos e vícios e assim, inconscientemente, vamos nos fechando num cubo cada vez mais nosso e, quando nos abrimos para o novo, achamos aquilo completamente diferente?
São com esses questionamentos que saímos após assistir ao excelente “Há Dias que Não Morro” do grupo ultraVioleta_s, em que Laíza Dantas, Paula Hemsi e Aline Olmos são as responsáveis por, ao meio de um texto leve e uma atuação impecável, levantar esse questionamento.
A princípio, quando entramos para os nossos lugares, a primeira reação é o estranhamento de ver, no palco, um cubo e as três atrizes agindo de forma que nos remete a uma bailarina de caixa de música e, assim que a peça começa, e elas vão te trazendo para aquele mundo, cada vez mais repetitivo e agoniante, você fica cada vez mais imerso enquanto suas personagens vão, aos poucos, se desprendendo e acordando daquele loop.
De forma brilhante, vemos as atrizes expressando no corpo e na voz a grande mudança do que era viver num simulacro, com grama verde, céu com a nuvem em formato de morango e a flor que sempre estava para nascer e o despertar, como aquela repetição do dia a dia pode ser depressiva e agoniante.
SINOPSE
Três mulheres. Um jardim artificial. Uma rotina sem acidentes ou perigos. Porém algumas coisas ao seu redor as fazem perceber que esse mundo ideal tem também seus limites. Por que as flores não crescem? Por que os dias são tão curtos? O que há para além do jardim?
SERVIÇO
Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília
Temporada: 2 de novembro a 2 de dezembro
Sábados e segundas, às 21h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessão.
Texto por: Roberto Dalessio