O romantismo foi um movimento artístico característico do século XVIII ao XIX e que teve grande impacto na construção de dramaturgias e modelos teatrais, e hoje nós do TeE te contamos melhor sobre a influência desse movimento no teatro antigo até os dias de hoje, vem com a gente!

Em um período onde a Europa passava por importantes fatos históricos como o Iluminismo (uso da razão), Revolução Industrial e Revolução Francesa, as sociedades estavam transicionando abruptamente toda a sua configuração social e trabalhista, onde a ascensão da burguesia fazia com que as manifestações artisticas se transformassem junto com o cenário sociopolítico.
A primeira geração romântica se estabelece por volta de 1770 – 1785, com origem na Alemanha. Com seu território enfraquecido por ter acabado de sair de uma guerra de 30 anos, surge um movimento considerado rebelde com caráter nacionalista, que valorizava a subjetividade e a criação do ator, que não era pautado em técnicas (consideradas limitantes), mas sim na capacidade criadora “genial” do artista que acreditava ter uma visão crítica da sociedade. Foi uma geração que teve base no texto “Tempestade e Ímpeto” de Klinger, quem combatia a influência francesa na Alemanha, valorizando o impulso irracional, além de grande influência e referência em Shakespeare.
A segunda geração, ocorrida na época das invasões napoleônicas, reflete um grande desenvolvimento do sentimentalismo melancólico e escapismo (fuga da realidade através da arte), de onde surge o melodrama, que é uma separação estereotipada entre o bem (nacional) e o mal (estrangeiro) enfatizada na vida privada, o famoso novelão mexicano.
A terceira geração é marcada pela crise do romantismo, onde há uma rejeição à segunda fase que buscava fugir da realidade, e uma crença na capacidade da arte que transforma o coletivo. É um momento de radicalização da arte, que reflete o nascimento de ideias anarquistas por muitos países europeus, buscando uma retomada do liberalismo criador do ator, que não apenas mostra melancolia e sentimentalismo exagerado em cena.
No geral, o romantismo refletiu uma exaltação dos impulsos através de uma produção cultural popular que valorizava o nacionalismo e o subjetivismo emocional. Foi nesse movimento que surgiram grandes escritores como Wagner, Victor Hugo e Goethe, que foram e ainda são muito encenados.
Atualmente, dizemos que uma interpretação é romântica quando é considerada “exagerada”, com impostação vocal que exprime grande sentimentalismo (“Oh Mar Salgado, quanto do teu sal, são lágrimas de atores frustrados no Brasil”), muito cabível em montagem de textos clássicos como Hamlet, Les Mis, etc, mas inconcebível em encenações realistas.
E você, já trabalhou algum clássico em um registro romântico? Acha que o Teatro contemporâneo cabe essa estética? Conta pra gente!
Referências:
BERTHOLD, Margot – História Mundial do Teatro
AUTOR: JOHN MARQUES