Olá caros leitores, hoje nós iremos fazer um panorama geral do Teatro Moderno no Brasil a partir da visão de alguns de nossos críticos e autores favoritos, como Alcântara Machado e Décio de Almeida Prado. Vem com a gente!

O modernismo no Brasil foi um movimento de ruptura. Os artistas brasileiros estavam cansados de fazer uma arte que tinha como base moldes europeus. Até meados de x, haviam grandes produções de Teatro de Revista (uma cópia do Vaudeville francês), montagem de textos e encenadores estrangeiros.
Em 1922, ocorreu a famosa semana de arte moderna, que estabeleceu o modernismo nas artes plásticas e na literatura. Porém, o teatro não se integrou no movimento nessa época. Alguns críticos vão defender que o Teatro Moderno só acontece com a primeira montagem do texto “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues em 1943. Outros, defendem que apenas em 1948 com a primeira profissionalização das companhias modernas é que se deu início ao movimento.

Fotos da primeira montagem de Vestido de Noiva
No teatro, a luta dos modernistas foi de encontrar uma estética e uma linguagem que refletisse justamente o Brasil como um todo, e não somente a elite carioca e paulistana, que era majoritariamente o público dos grandes teatros municipais. A visão do Teatro se voltava agora para o povo, para os suburbanos, para muitos daqueles que não tinham acesso ou incentivo a consumir o teatro como entretenimento.
O foco era montar teatro nacional, com atores, dramaturgos, personagens, estórias, lutas e reflexões genuinamente brasileiras. Grandes nomes do Teatro se firmaram nessa época, como Oswald de Andrade com o Rei da Vela, o ator Procópio Ferreira, as companhias como o TBC e o Teatro de Arena de SP.
A grande questão do modernismo foi justamente essa: o que é cultura brasileira? Em um país que ocorreram grandes movimentos imigratórios ao longo de sua história, que recebe influências culturais europeias devido a colonização portuguesa e seus acordos políticos, além da ascensão dos EUA como potência e sendo visto por muitos como modelo a ser seguido, dentro desse quadro, o que é produção cultural brasileira? O que pode ser entendido como algo realmente nosso, e não uma cópia do estrangeiro?
Foi esse o mote para o desenvolvimento do modernismo até o comeco do Teatro Contemporâneo em 1970-80. Para nós hoje que vivemos o pós-moderno, fica o legado da importância do debate das questões de identidsde nacional, uma vez que ainda estamos nos transformando como nação, com produções culturais que borbulham e resistem a tentativas de desmonte cultural que vemos sofrendo a tempos. Evoé!
REFERÊNCIAS:
Magaldi, Sabato – Panorama do teatro brasileiro. 3. ed. São Paulo: Global, 1997.
Magalhães, Paulo de. Mais forte que o amor. São Paulo: Livraria Teixeira, s.d.
Prado, Décio de Almeida. Peças, pessoas, personagens. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Rodrigues, Nelson. A menina sem estrela. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
——. Teatro desagradável. Dionysos. Outubro de 1949.
AUTOR: JOHN MARQUES
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