Inspirado nos últimos dias da vida do ativista norte-americano Harvey Milk, o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público nos EUA. O ator Ed Moraes percorrerá uma trajetória inusitada, que vai do Brasil colonial, até o assassinato de Harvey em 1978. Durante esse tempo, ele tentará provar a tese sobre o seu assassinato.
“Decidi falar do primeiro político assumidamente gay dos EUA a ser eleito, um agente transformador e ícone mundial do movimento LGBTQIA+, que teve apenas 11 meses de mandato e que foi brutalmente assassinado. Não preciso nem dizer que essa era a ponte que ligava São Francisco (Califórnia) de 1970 ao Brasil atual e seu ranking mundial de assassinato à comunidade LGBTQIA+. Não dá pra ver nosso país alcançando esse posto e não fazer nada pra tentar refletir e problematizar sobre isso. Foi então que, anos depois, os caminhos me levaram até Michelle Ferreira, que já tinha escrito outra peça sobre homofobia, Tem alguém que nos odeia”, explica Ed.
A encenação e o texto de Michelle Ferreira não têm a proposta de reconstruir de maneira factual e cronológica a trajetória de Milk. Ao invés disso, partem de vários símbolos e de cenas bem dinâmicas para traçar paralelos entre a figura do ativista norte-americano, a realidade brasileira e os processos históricos que levam a humanidade a cometer atrocidades como essa.
Ed Moraes conta como esse processo criativo foi desafiador para sua carreira. “Em quase 20 anos no teatro eu nunca tinha feito nada parecido. Quando Michelle chegou com esse texto pronto eu fiquei apavorado. Quando acabei de ler tive uma crise de choro. Na hora entendi que o que tanto buscava, estava ali em minhas mãos. Porém, existia esse desafio, que era um mergulho de um ator, dentro dos fatos vividos por Harvey, ora flertando ser ele e ao mesmo tempo com um distanciamento biográfico, pela não obrigação de interpretar o mesmo, dizendo a todo instante ‘Eu não sou Harvey’. São as memórias dele. Mas são as minhas, as nossas também. Cada um sofreu uma violência em certo nível, tanto ele como eu, e isso dentro de mim ecoa a todo momento. Então um caminho possível era surfar essa onda vertiginosa, de a todo instante ser ou não ser Harvey, sem me apegar a cronologia. Me dedico apenas a dizer aquilo que fora minunciosamente escrito. Respeitando cada respiro, cada pontuação, cada suspensão. Nada mais importava além de compartilhar essa experiência fantástica de se contar uma estória. E que estória…”, revela Moraes.
Ficha técnica:
Texto e direção: Michelle Ferreira.
Idealização e atuação: Ed Moraes.
Iluminação: Karine Spuri.
Direção Musical: Mau Machado.
Cenário: Márcio Macena.
Figurino: Ed Moraes.
Fotos: Caio Oviedo/Gustavo Steffen/Amanda Clemente.
Videomaker: Geraldo Arcanjo.
Designer gráfico: Pietro Leal.
Assessoria de imprensa: Adriana Balsaneli.
Gerenciamento de Mídias sociais: Beatriz Miranda.
Orientação de processo: Georgette Fadel.
Orientação corporal: Tainara Cerqueira.
Assistente de produção: Dani D’Agostino e Micheline Lemos.
Assessoria Jurídica: Alber Sena.
Produção: Arrumadinho Produções Artísticas.
Direção de Produção: Ed Moraes.
SERVIÇO
De 13 de fevereiro a 14 de março de 2020.
Quinta a sábado, às 20h30. Exceto dias 15 e 22/2.
12/3, sessão com tradução em libras.
Local: Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195 – Auditório (3º Andar)
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
Preços: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia entrada: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 9 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Vendas de ingressos: No Portal Sesc a partir de 4 de fevereiro, terça-feira, às 12h.
Nas bilheterias das Unidades a partir no dia 5 de fevereiro, quarta-feira, às 17h30.