Dramas de casaca

Durante meados do século XIX partes da Europa passavam por efetivas
mudanças pós Revolução Francesa. O evento que nos fez entrar na Idade
Contemporânea alterou muito mais do que o governo francês.
Como eventos que precederam o início da escola literária realista e motivos para o inicio de tal movimento, podemos citar a dissolução do Império Austro-húngaro, as unificações da Itália e da Alemanha e as guerras que os envolvem. Como toda mudança social gera mudança de pensamento, neste período podemos observar a criação do método cientifico, o Positivismo de August Comte e o estabelecimento da Comuna de Paris; o que também influenciaria o movimento realista.

O Realismo literário é marcado pela representação fidedigna de situações
cotidianas (inspiradas pela observação e descrição do método cientifico), tirada de foco de emoções, psicológico de personagens bem desenvolvido, e a constante critica a hipocrisia burguesa (como nova classe dominante). Estas características se fazem presentes também no teatro, acrescentando-se o realismo ao estilo. Rejeitando a forma de atuar, a cenografia e os textos românticos, a atuação realista possuía uma fala cotidiana, cenários reais com móveis reais, a forma de andar e de se portar tinha como intenção serem fieis a realidade e ao cotidiano. Desta forma, para os atores
formados no romantismo, o estilo realista era sem graça e nem um pouco teatral, pois não possuía texto poético e declamações.

E foi assim, em meio a transformações sociais e oposições literárias que os
“dramas de casaca” chegaram ao Brasil. Chamados assim devido ao figurino moderno dos personagens, os dramas de casaca eram dramas franceses, nos quais ideais revolucionários se faziam presentes junto com a descrição de costumes e criticas a moral burguesa. Eram consideradas obras de tese e seu sucesso era incentivado pela imprensa, intelectuais e jovens estudantes.

E como tudo em nossa história que é apoiado pelos jovens, imprensa e intelectuais, os dramas de casaca foram duramente reprimidos e revisados pela censura da época; que tentava a todo custo usar o teatro como um moralizador social.

Bibliografia:
Blog Lionel Fischer: http://lionel-fischer.blogspot.com/2010/06/o-realismo-no-teatro-brasileiro-1-fase.html
Brasil Escola: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/realismo.htm
Portal São Francisco: https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/teatro-realista

Texto por: Giovanna Lessa

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