Um olhar sobre Nelson

Nelson Falcão Rodrigues, pernambucano, nascido em 23 de agosto de 1912. Filho de Maria Esther e Mario Rodrigues, foi o 5º de uma linhagem de 14 irmãos. Teatrólogo, jornalista, romancista, cronista e folhetinista de costumes e futebol, Nelson ganha esse nome em homenagem a Lord Nelson, que venceu a batalha de Trafalgar em 1805. Ainda criança, mudou-se de sua terra natal para o Rio de Janeiro já que seu pai, um exímio jornalista muito ligado a politica de sua idade teve que ir embora para, digamos, viver mais tranquilamente e com menos “inimigos”.

Por volta dos 7 anos se dá o início das histórias na vida do nosso autor, Nelson se torna um leitor voraz, lia tudo o que caia em sua mão, de gibis a folhetins. Aos 11 anos leu “Crime e Castigo” – de Dostoiévski – em formato de folhetim. Aos 13, começou a trabalhar como repórter policial no jornal de seu pai – A MANHÃ – sua especialidade eram os pactos de morte entre jovens, muito comum na época. Nelson viajava pelo tema da paixão impossível como ninguém, tinha o dom de prender o leitor na história d uma forma tão única, que era capaz de explorar a mesma tragédia por dias, e foi assim que começou a exercitar sua imaginação, e anos mais tarde, usar de alguns desses casos para nos presentear com “A vida como ela é”.

Mas a tragédia na vida desse tão criativo jornalista começa em 1929, com uma matéria sobre o desquite de um casal um tanto “importante” na sociedade carioca, publicada no jornal da família. Roberto, irmão mais velho de Nelson é assassinado na redação de CRÍTICA. Após ler a matéria sobre seu desquite no jornal dos Rodrigues, Sylvia Serafim vai até a redação de CRÍTICA afim de matar Mário Rodrigues ou Mário Rodrigues Filho os dois responsáveis pelo jornal. Como seu pai e seu irmão não estavam na redação, Roberto se ofereceu para ajudar a mulher, e foi ele quem levou o tiro da vingança de Sylvia.
Desolado e se sentido culpado pela morte de seu filho, Mario (pai) passa a beber cada vez mais, adoece, se abate rapidamente e 77 dias após a morte de Roberto, Mário falece.

Em 1934 Nelson se viu tuberculoso e passou algumas temporadas em tratamento em um sanatório em Campos do Jordão – São Paulo. Ainda no sanatório, um ano depois, por sugestão de um colega para fazerem um “teatrinho”, Nelson (o jornalista) escreve uma pequena história sobre ele mesmo para encenarem. Resultado? Sucesso absoluto, diversão garantida, risadas mil e acessos de tosse também, por isso o fim do “teatrinho”, mas o inicio de um genuíno teatrólogo brasileiro, porque foi essa a 1ª experiência dramática de Nelson.

Em 1936 Joffre, o irmão mais querido de Nelson, descobre ser vítima de Tuberculose, em tratamento num sanatório em Correias, morre aos 21 anos, mais uma tragédia para os Rodrigues.

Já em O GLOBO, Nelson trabalhou em muitas funções: escreveu desde esportes a ópera, o que se mostra fundamental para começar a escrever obras teatrais (sem sair de seu trabalho). Em 1942, mais de um ano após ser escrita, “A mulher sem pecados” é encenada pela “Comédia Brasileira”. Vestido de Noiva vem logo em seguida, em 1943, considerada um marco no teatro moderno brasileiro, foi escrita em apenas 6 dias, durante as madrugadas.

Em 1945, em O JORNAL, começa a escrever seu 1º folhetim – Meu destino é pecar – assinado com pseudônimo Suzane Flag. 5 anos depois começa a escrever os contos de “A vida como ela é”. Nelson chega a trabalhar na primeira mesa-redonda sobre futebol da TV Globo na década de 60, já que era amante do bom futebol. Mas nos anos 70 sua saúde começa a decair por conta de problemas gastroenterológicos e cardíacos. E em 21 de dezembro de 1980, Nelson falece no Rio de Janeiro com complicações cardíacas e respiratórias aos 68 anos.

E foi com toda sua excelência que Nelson conseguiu transpor a tragédia Grega para a sociedade carioca do início do século XX, criando a “tragédia carioca”.

Bibliografia
Ruy Castro – O Anjo Pornográfico
Portal Funarte – <http://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/nelson-rodrigues/biografia-de-nelson-rodrigues/&gt;
Nelson Rodrigues (site) – <http://www.nelsonrodrigues.com.br/site/materia.php?t=n&c=4&i=15&gt;
Enciclopédia Itaú Cultural – <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa4409/nelson-rodrigues&gt;

Texto por: Gabrielle Risso (mas pode me chamar de Gabi)

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